A GRÉCIA ANTIGA :
Civilização minóica

Pintura mural em Cnossos.
A civilização minóica teria surgido a partir de uma fusão dos habitantes de Creta com populações que se fixaram nesta ilha vindas da
Ásia Menor[carece de fontes]. Os minoicos tiveram como principal actividade económica o
comércio e criaram uma civilização que tinha em grandes palácios os seus centros administrativos. Em torno dos palácios existiam casas, não sendo os palácios amuralhados. Os palácios apresentavam sistemas de iluminação e esgotos e estavam decorados com belas pinturas
[carece de fontes].
Suas terras mais férteis estavam na parte esquerda da ilha, onde se encontravam as principais cidades como Cnossos (capital) e Kato-Zacros. Apesar dos seus palácios terem sofrido com os terremotos que atingiam a região, os minoicos prosperaram até
1400 a.C. A decadência desta civilização parece ter sido o resultado de ataques de inimigos, entre os quais se encontrariam os micênicos.
Vale a pena destacar o papel da mulher na sociedade minóica. Ao contrário das futuras cidades, como
Atenas e
Esparta, onde a mulher não tinha direitos políticos e era vista apenas como uma reprodutora, a mulher micênica era livre, podia adquirir propriedades e ser independente.
[editar]Civilização micênica
Os minoicos viriam a influenciar a história da Grécia através dos micênicos, que adoptam aspectos da cultura minóica. O nome "micénico" foi criado por
Heinrich Schliemann com base nos estudos que fez no sítio de
Micenas, no nordeste do
Peloponeso, onde outrora se erguia um grande palácio e uma das principais cidades além de
Tirinto,
Tebas e
Esparta. Julga-se que os micênicos se chamariam a si próprios aqueus. De acordo com vários historiadores, os micênios eram chamados de
Ahhiyawa pelos
hititas.
[6] A sua civilização floresceu entre
1600 e
1200 a.C.Os micênicos já falavam grego. Não tinham uma unidade política, existindo vários reinos micénicos. À semelhança dos minoicos, o centro político encontrava-se no palácio, cujas paredes também estavam decoradas com afrescos
[carece de fontes].
Para além de praticarem o comércio, os micênicos eram amantes da guerra e da caça. Por volta de 1400 a.C. os micênicos teriam ocupado Cnossos, centro da cultura minóica.
Por volta de 1250 a.C. o mundo micénico entra em declínio, o que estaria relacionado com a decadência do
reino hitita no
Oriente Próximo[carece de fontes], que teria provocado a queda das rotas comerciais. Sua decadência envolveu também guerras internas
[carece de fontes]. É provável que a destruição da cidade de
Tróia, facto que se teria verificado entre 1230 a.C. e 1180 a.C., possa estar relacionado com o relato literário de Homero na
Ilíada, escrita séculos depois.
[editar]Idade das Trevas
Dá-se o nome de Idade das Trevas ao período que se seguiu ao fim da civilização micénica e que se situa entre
1100 e
800 a.C. Durante este período perdeu-se o conhecimento da escrita, que só seria readquirido no
século VIII a.C.. Os objectos de luxo produzidos durante a era micénica não são mais fabricados neste período. A designação atribuída ao período encontra-se relacionada não apenas com a decadência civilizacional, mas também com as escassas fontes para o conhecimento da época.
Outro dos fenómenos que se verificou durante este período foi o da diminuição populacional, não sendo conhecidas as razões exactas que o possam explicar. Para além disso, as populações também se movimentam, abandonando antigos povoados para se fixarem em locais que ofereciam melhores condições de segurança.
[editar]Período Arcaico
A origem das
cidades gregas remonta à própria organização dos invasores, especialmente dos aqueus, que se agrupavam nos chamados
ghené(
ghenos, no singular). Os
ghené eram essencialmente
comunidades tribais que cultuavam seus deuses na
acrópole (local elevado). A vida econômica dessas grandes famílias era, a princípio, baseada em laços de parentesco e cooperação social. A terra, a colheita e o rebanho pertenciam à comunidade. Havia uma liderança política na figura do
pater, um membro mais velho e respeitado. Diversos
ghené agrupavam-se em fratarias, e diversas fratarias em tribos.
Com a recuperação econômica após o interlúdio dórico, a população grega cresceu além da capacidade de produção das terras
cultiváveis[carece de fontes]. Diante desse desequilíbrio, e procurando garantir melhores condições de vida, alguns grupos teriam se destacado, passando a manejar armas e a ter domínio sobre as melhores terras e rebanhos. Esses grupos acumularam riqueza, poder e propriedade como resultado da divisão desigual das terras do
ghené, considerando-se os melhores —
aristoi, em grego. Assim, foram diferenciando-se da maioria da população e dissolvendo a vida comunitária do
ghené. Essas transformações sociais estavam na origem da formação da
pólis, a cidade grega. A partir de
750 a.C. os gregos iniciaram um longo processo de expansão, firmando
colônias em várias regiões, como Sicília e sul da Itália, no sul da França, na costa da Península Ibérica, no norte de África e nas costas do mar Negro. Entre os séculos VIII e VI a.C. fundaram aí novas cidades, as
colônias, as quais chamavam de
apoíkias—; palavra que pode ser traduzida por
nova casa.
São muitas as causas apontadas pelos historiadores para explicar essa expansão colonizadora grega. Grande parte dessas causas relaciona-se a questões sociais originadas por problemas de posse de terra e dificuldades na agricultura
[carece de fontes].
As melhores terras eram dominadas por famílias ricas (os
aristoi, também conhecidos por
eupátridas - bem nascidos). A maioria dos camponeses (
georgoi) cultivava solos pobres cuja produção de alimentos era insuficiente para atender às necessidades de uma população em crescimento. Uma terceira classe, que não possuía terras, dedicar-se-íam, mais tarde, ao comércio; eram chamados de
thetas, marginais. Para fugir à miséria, muitos gregos migravam em busca de terras para plantar e de melhores condições de vida, fundando novas cidades. Assim, no primeiro momento, a principal atividade econômica das colônias gregas foi a agricultura. Posteriormente, muitas colônias transformaram-se em centros comerciais, dispondo de
portos estratégicos para as rotas de navegação.
A Hélade começa a dominar lingüística e culturalmente uma área maior do que o limite
geográfico da Grécia. As colônias não eram controladas politicamente pelas cidades que as fundavam, apesar de manterem vínculos religiosos e comerciais com aquelas. Predominava entre os gregos sempre a organização de comunidades independentes, e a cidade (cada uma desenvolveu seu próprio sistema de
governo,
leis,
calendário e
moeda) tornou-se a unidade básica do governo grego.
[editar]Consequências da colonização

Cidades e colônias gregas por volta de
550 a.C..
Socialmente, a colonização do
mar Mediterrâneo pelos gregos resultou no desenvolvimento de uma classe rica formada por mercadores (o comércio internacional desenvolvera-se a partir de então) e de uma grande classe média de trabalhadores assalariados, artesãos e armadores. Culturalmente, os gregos realizaram intercâmbios com outros povos.Na economia, a indústria naval se desenvolveu, obviamente, passando a consumir crescente quantidade de madeira das florestas gregas.
As evidências arquelógicas indicam que o padrão de vida na Grécia melhorou acentuadamente (o tamanho médio das área do primeiro andar de residências encontradas por arqueólogos aumentou 5 vezes, de 55 metros quadrados para 230 metros quadrados)
[7]. A expectativa de vida aumentou em vários anos assim como a altura média
[7]. A população aumentou de 600.000 no século VIII a.C. para em torno de 9 milhões, no
século IV a.C.[8]. E tudo isso fez com que no século IV, a Grécia já possuísse a economia mais avançada do mundo
[9] e com um nível de desenvolvimento extremamente raro para uma economia pré-industrial, estando em vantagem em alguns pontos se comparada com as economias mais avançadas antes da Revolução Industrial, os países baixos do
século XVII e a Inglaterra do
século XVIII[9]. Apesar disso, houve concentração fundiária, em algumas cidades essa concentração levou a revoltas e
tiranias, em outras a aristocracia manteve o controle graças a legisladores inclementes. Outras cidades permaneceram relativamente igualitárias na distribuição das terras, em Atenas é estimado que entre 7,5-9% dos cidadãos, o grupo abastado, fossem proprietários de 30-35% de todas as terras, e 20% dos cidadãos tinham pouca ou nenhuma terra e os restantes 70-75% dos cidadãos eram proprietários de 60-65% das terras
[9], uma distribuição com índice Gini menor do que a renda dos EUA hoje e comparável à distribuição de renda de Portugal.
[editar]Período Clássico
[editar]Guerras Medo-Persas
O Período Clássico estende-se entre
480 a.C. e
359 a.C. e é dominado por
Esparta e
Atenas. Cada um destas
Pólis desenvolveu o seu modelo político (a oligarquia militarista em Esparta e a democracia aristocrata em Atenas).
Ao nível externo verifica-se a ascensão do
Império Persa Aqueménida quando
Ciro II conquista o reino dos medos. O Império Aqueménida prossegue uma política expansionista e conquista as cidades gregas da costa da
Ásia Menor. Atenas e Erétria apoiam a revolta das cidades gregas contra o domínio persa, mas este apoio revela-se insuficiente já que os jónios são derrotados: Mileto é tomada e arrasada e muitos jónios decidem fugir para as colónias do Ocidente. O comportamento de Atenas iria gerar uma reacção persa e esteve na origem das
Guerras Médicas (490-479 a.C.).
Em 490 a.C. a Ática é invadida pelas forças persas de
Dario I, que já tinham passado por
Erétria, destruindo esta cidade. O encontro entre atenienses e persas ocorre em Maratona, saldando-se na vitória dos atenienses, apesar de estarem em desvantagem numérica.
Dario prepara a desforra, mas falece em 485, deixando a tarefa ao seu filho
Xerxes I que invadiu a Grécia em
480 a.C. Perante a invasão, os gregos decidem esquecer as diferenças entre si e estabelecem uma aliança composta por 31 cidades, entre as quais Atenas e Esparta, tendo sido atribuída a esta última o comando das operações militares por terra e pelo mar. As forças espartanas lideradas pelo rei Leónidas I conseguem temporariamente bloquear os persas na
Batalha das Termópilas, mas tal não impede a invasão da Ática. O
general Temístocles tinha optado por evacuar a população da Ática para Salamina e sob a direcção desta figura Atenas consegue uma vitória sobre os Persas em Salamina. Em
479 a.C. os gregos confirmam a sua vitória desta feita na
Batalha de Platéias. A frota persa foge para o mar Egeu, onde em
478 a.C. é vencida em
Mícale.
[editar]Guerra do Peloponeso
Com o fim das
Guerras Médicas, e em resultado da sua participação decisiva no conflito,
Atenas torna-se uma cidade poderosa, que passa a intervir nos assuntos do mundo grego.
Esparta e Atenas distanciam-se e entram em rivalidade, encabeçando cada um delas uma aliança política e militar: no caso de Esparta era a
Liga do Peloponeso e no caso de Atenas a
Liga de Delos. Esta última foi fundada em
477 a.C. e era composta essencialmente por estados marítimos que encontravam-se próximos do mar Egeu, que temiam uma nova investida persa. O centro administrativo da liga era a ilha de
Delos.
Para poder atingir o seus objectivos a Liga precisava possuir uma frota. Os seus membros poderiam contribuir para a formação desta com navios ou dinheiro, tendo muitos estados optado pela última opção. Com o tempo Atenas afirma-se como o estado mais forte da liga, facto simbolizado com a transferência do tesouro de Delos para Atenas em
454 a.C.. Os Atenienses passam a considerar qualquer secessão da Liga como um acto de traição e punem os estados que tentam fazê-lo. Esparta aproveita este clima para realizar a sua propaganda.
As relações entre as duas póleis atingem o grau de saturação em
431 a.C., ano em que se inicia a guerra. As causas para esta guerra, cuja principal fonte para o seu conhecimento é o historiador
Tucídides, são essencialmente três. Antes do conflito Atenas prestara ajuda a Córcira, ilha do
mar Jónio fundada por
Corinto (aliada de Esparta), mas que era completamente independente. Atenas também decretara sanções económicas contra Mégara, justificadas com base em uma alegada transgressão de solo sagrado entre
Mégara e Atenas. Para além disso, Atenas realiza um bloqueio naval à cidade de Potideia, no norte da Grécia, sua antiga aliada que se revoltara e pedira ajuda a Corinto
[carece de fontes].
Esparta lança um ultimato a Atenas: deve levantar as sanções a Mégara e suspender o bloqueio a Potideia.
Péricles consegue convencer a Assembleia a rejeitar o ultimato e a guerra começa. Os Atenienses adoptam a estratégia proposta por Péricles, que advogava que a população dos campos se concentrasse no interior das muralhas de Atenas; os alimentos e os recursos chegariam através do porto do Pireu. Contudo, a estratégia teve um resultado imprevisível: a concentração da população, aliada a condições de baixa
higiene provocou a peste que atingiu ricos e pobres e o próprio Péricles. A guerra continuou até 422 a.C. ano em que Atenas é derrotada em
Anfípolis. Na batalha morrem o general espartano
Brásidas e o ateniense Cléon, ficando o ateniense
Nícias em condições de estabelecer a paz (Paz de Nícias, 421 a.C.). Apesar do suposto cessar das hostilidades, entre 421 e 414 as duas póleis continuam a combater, não directamente entre si, mas através do seus aliados, como demonstra a ajuda secreta dada a Argos por Atenas. Em 415 a.C.
Alcibíades convenceu a Assembleia de Atenas a lançar um ataque contra Siracusa, uma aliada de Esparta, em expedição que se revelou um fracasso. Com a ajuda monetária dos Persas, Esparta construiu uma frota, que foi decisiva para vencer a guerra. Na Primavera de
404 a.C. Atenas rende-se.
Esse foi um tempo em que o mundo grego prosperou, com o fortalecimento das cidades-Estado e a produção de obras que marcariam profundamente a cultura e a mentalidade ocidental, mas foi também o período em que o mundo grego viu-se envolvido em longas e prolongadas guerras.
[editar]Ascensão da Macedónia
O reino da
Macedónia, situado a norte da
Grécia, emerge em meados do
século IV a.C. como nova potência. Os macedónios que não falavam o grego e não adoptaram o modelo político dos gregos, eram vistos por estes como bárbaros. Apesar disso, muitos nobres macedónios aderiram à cultura grega, tendo a Macedónia sido responsável pela difusão da cultura grega em novos territórios.
Durante o reinado de
Filipe II da Macedónia o exército macedónio adopta técnicas militares superiores, que aliadas à
diplomacia e à corrupção, vão permitir-lhe a dominar as cidades da Grécia
[carece de fontes]. Nestas formam-se partidos favoráveis a Filipe, mas igualmente partidos que se opõem aos Macedónios. Em
338 a.C. Filipe e o seu filho,
Alexandre, o Grande, derrotam uma coligação grega em
Queroneia, desta forma colocando a Grécia continental sob domínio macedónio. Filipe organiza então a Grécia em uma confederação, a Assembleia de Corinto, procurando unir os gregos com um objectivo comum: conquistar o Império Persa como forma de vingar pela invasão de 480 a.C
[carece de fontes]. Contudo, Filipe viria a ser assassinado por um nobre macedónio em Julho de
336 a.C., tendo sido sucedido pelo seu filho Alexandre.
Alexandre concretizou o objectivo do pai, através da vitória nas batalhas de
Granico,
Isso e
Gaugamela, marchando até à Índia. No regresso, Alexandre era senhor de um vasto império que ia da Ásia Menor ao Afeganistão, passando pelo Egipto. Alexandre faleceu de forma prematura (possivelmente de
malária[carece de fontes]) na Babilónia em
323 a.C.[editar]Período Helenístico
Após a morte de Alexandre, os seus generais lutaram entre si pela posse do império. As cidades gregas aproveitam a situação para se livrarem do domínio macedónio, mas foram subjugadas por
Antípatro na
Guerra Lamíaca (323-322 a.C).
Nenhum dos generais de Alexandre conseguiu reunir o império sob o seu poder. Em vez disso, nasceram vários reinos que seguiriam percursos diferentes:
Antígono fundou um reino que compreendia a Macedónia, a Grécia e partes da Ásia Menor;
Seleuco, estabeleceu um vasto reino que ia da Babilónia ao Afeganistão e
Ptolemeu torna-se rei do
Egipto.
[editar]Sociedade e organização política
São inúmeras as diferenças entre a Grécia moderna e a Grécia Antiga. O mundo grego antigo estendia-se por uma área muito maior do que o território grego atual. Além disso, há outra diferença básica. Hoje, a Grécia constitui um país, cujo nome oficial é República Helênica. Já a Grécia Antiga nunca foi um estado unificado com governo único. Era um conjunto de
cidades-estadoindependentes entre si, com características próprias embora a maioria das cidades-estado tivessem seus sistemas econômicos parecidos, excluindo-se de Esparta.
[editar]A cidade-estado grega
Desde o
século VIII a.C., formaram-se pela Grécia Antiga diversas cidades independentes. Em razão disso, cada uma delas desenvolveu seu próprio sistema de governo, suas leis, seu calendário, sua moeda. Essas cidades eram chamadas de
pólis, palavra grega que costuma ser traduzida por
cidade-estado.
De modo geral, a
pólis reunia um agrupamento humano que habitava um território cuja extensão geralmente variava entre algumas centenas de quilômetros quadrados e 10.000 km²
[8]. Compreendia uma área urbana e outra rural. Atenas, por exemplo, tinha 2.500 km², Siracusa tinha 5.500 km² e Esparta se estendia por 7.500 km²
[8]. A área urbana freqüentemente se estabelecia em torno de uma colina fortificada denominada acrópole (do grego
akrós,
alta e
pólis,
cidade). Nessa área concentrava-se o centro comercial e a manufatura. Ali, muitos artesãos e operários produziam tecidos, roupas, sandálias, armas, ferramentas, artigos em
cerâmica e
vidro. Na área rural a população dedicava-se às atividades agropastoris: cultivo de
oliveiras,
videiras,
trigo,
cevada e criação de
rebanhos de
cabras,
ovelhas,
porcos e
cavalos. Este agrupamento visava atingir e manter uma completa autonomia política e social para com as outras
poleis gregas, embora existisse muito comércio e divisão de trabalho entre as cidade gregas. É estimado que Atenas importava 2/3 à 3/4
[7] de seus alimentos e exportava
azeite,
chumbo,
prata,
bronze, cerâmica e
vinho. No mundo grego encontramos muitas
pólis, dentre as mais famosas, temos
Messênia, Tebas,
Mégara e
Erétria. É estimado que seu número tenha chegado a mais de mil no
século IV a.C.[8].
A maioria das cidades-estado gregas era pequena, com populações de aproximadamente 20 mil habitantes
[8] ou menos na sua área urbana. Mas as principais cidades eram bem maiores, no século IV a.C., essas cidades eram Atenas, com estimados 170 mil habitantes
[10] em sua área urbana,
Siracusa, com aproximadamente 125 mil habitantes
[11]. Esparta tinha apenas 40 mil habitantes.
[11] em sua área urbana, sendo uma cidade-estado pouco urbanizada em relação às outras.
Atenas era a maior e mais rica cidade da Grécia Antiga durante os
séculos V e IV a.C. Existem relatos da época que reportam um volume comercial externo (soma das
importações e
exportaçõesdas cidades do império ateniense) da ordem de 180 milhões de
dracmas[12] áticos, valor duas ou três vezes superior ao orçamento do
Império Persa na mesma época
[12].
Os gregos tinham conflitos e diferenças entre si, mas muitos elementos culturais em comum. Falavam a mesma língua (apesar dos diferentes dialetos e sotaques) e tinham
religião comum, que se manifestava na crença nos mesmos deuses. Em função disso, reconheciam-se como
helenos (gregos) e chamavam de
bárbaros os estrangeiros que não falavam sua língua e não tinham seus costumes, ou seja, os povos que não pertenciam ao mundo grego (Hélade).
[editar]Educação em Atenas
Em Atenas, apesar das mulheres também serem educadas para as tarefas de mãe e esposa, a educação era tratada de outra forma, pois até mesmo nas classes mais pobres da sociedade ateniense encontrava-se homens alfabetizados. Eles eram instruídos para cuidarem não só da mente como também do corpo, o que lhes dava vantagem na hora da guerra, pois eram tão bons guerreiros quanto eram estrategistas.
[carece de fontes]Os meninos, quando ainda pequenos -
aos sete anos de idade -, já começavam suas instruções na escola e em suas próprias casas. O
Pedagogo - um escravo especial - eram escolhidos a orientá-los. Antigos poetas como
Homero eram citados em suas aprendizagens.
[editar]Jogos Olímpicos
Um exemplo de atividade cultural comum entre os gregos foram os Jogos Olímpicos. A partir de
776 a.C., de quatro em quatro anos, os gregos das mais diversas cidades reuniam-se em
Olímpia para a realização de um festival de competições. Esse festival ficou conhecido como
Jogos Olímpicos. Os jogos olímpicos eram realizados em honra a
Zeus (o mais importante deus grego) e incluíam provas de diversas modalidades esportivas:
corridas, saltos,
arremesso de disco,
lutas corporais. Além do
esporte havia também competições musicais e poéticas.
Os Jogos Olímpicos eram anunciados por todo o mundo grego dez meses antes de sua realização. Os gregos atribuíam tamanha importância a essas competições que chegavam a interromper guerras entre cidades (trégua sagrada) para não prejudicar a realização dos jogos. Pessoas dos lugares mais distantes iam a Olímpia a fim de assistir aos jogos. Havia, entretanto, proibição à participação das mulheres, seja como esportistas, seja como espectadoras.
Os gregos praticavam um culto politeísta antropomórfico, em que os deuses poderiam se envolver em aventuras fantásticas, tendo, também, a participação de heróis (
Hércules,
Teseu,
Perseu,
Édipo) que eram considerados divinos. Não havia dogmas e os deuses possuíam tanto virtudes quanto defeitos, o que os assemelhava aos mortais no aspecto de personalidade. Para relatar os feitos dos deuses e dos heróis, os gregos criaram uma rica
Mitologia.
Normalmente, as cerimônias públicas, mesmo de cunho político, eram antecedidas por práticas religiosas, o que reflete a importância da
religião entre os gregos antigos. Mas essa religião foi superada pela
Filosofia.
Apesar da autonomia política das cidades-estados, os gregos estavam unificados em termos religiosos. Entre as divindades cultuadas estavam:
Zeus (senhor dos deuses),
Hades (deus do mundo inferior),
Deméter(deusa da agricultura),
Posídon (deus do mar),
Afrodite (deusa do amor),
Apolo (deus do sol e das artes),
Dionísio (deus do vinho),
Atena (deusa da sabedoria),
Artêmis (deusa da caça e da lua),
Hermes (deus das comunicações),
Hera (protetora das mulheres) e muitas outras.
Além dos grandes santuários como os de
Delfos,
Olímpia e
Epidauro, havia os
oráculos que também recebiam grandes multidões, pois lá se acreditava receber mensagens diretamente dos deuses. Um exemplo claro estava no
Oráculo de Delfos, onde uma
pitonisa (sacerdotisa do templo de Apolo) entrava em transe e pronunciava palavras sem nexo que eram interpretadas pelos sacerdotes, revelando o futuro dos peregrinos.
Outro fato muito interessante era a existência dos homogloditas, um pequeno povo que vivia nas áreas litoranas do rio mediterrâneo, eles utilizavam a argila para a construção de estatuetas como uma oferenda aos deuses gregos, geralmente ao
Dionísio, deus da humildade e da realeza.
[editar]Legado da Grécia Antiga
Conceitos como
cidadania e
democracia são gregos, ou pelo menos de pleno desenvolvimento na mão dos gregos. Qualquer história da Grécia Antiga requer cautela na consulta a fontes. Os historiadores e escritores políticos cujos trabalhos sobreviveram ao tempo eram, em sua maioria,
atenienses ou pró-atenienses, e todos conservadores
[carece de fontes]. Por isso se conhece melhor a história de Atenas do que a história das outras cidades; além disso, esses homens concentraram seus trabalhos mais em aspectos políticos (e
militares e
diplomáticos, desdobramentos daqueles), ignorando o que veio a se conhecer modernamente por história econômica e social. Toda a história da Grécia antiga precisa dar atenção à condução parcial pelas fontes.
O RIGENS DA CIVILIZAÇÃO:
A sociedade cretense era predominantemente urbana. As ruínas encontradas revelam cidades bem planejas, com ruas, calçadas, sarjetas, lojas de comércio e casas luxuosas. Desta cavam-se, entre elas, Cnossos, Faistos, Mália e Tilisso.
A maior parte da população das cidades dedicava-se ao comércio marítimo ou as oficinas artesanais, vivendo modestamente e trabalhando para sustentar o luxo das classes altas.
Parece, no entanto, que em Creta a vida das pessoas comuns era melhor que a de outras comunidades da antigüidade.
O OLIGARQUIA E DEMOCRACIA
Democracia e Oligarquia congregam grandes divergências em suas aparências.Ao longo do tempo, as civilizações foram responsáveis pela criação de diferentes formas de governo. No mundo contemporâneo, principalmente no que se refere ao Ocidente, existe um grande consenso de que o regime democrático ou democracia seja a melhor e mais justa maneira de organização política já criada. Tal concepção se sustenta, principalmente, na ideia de que o sistema democrático seja mais justo e defenda os princípios de liberdade e igualdade entre os homens.
Reconhecendo a democracia como o “governo do povo”, acabamos determinando que outras formas de governo sejam menos eficientes e justas. Entre essas outras formas, a oligarquia é um dos modelos que mais se claramente distancia do regime democrático. Afinal de contas, como mesmo diz a sua acepção original, a oligarquia apresenta o “governo de poucos” ou o “governo de uma minoria”. Em muitos casos, essa minoria se confunde com as elites políticas e econômicas de um país ou território.
Apesar de aparentarem como opostos, oligarquia e democracia são regimes que podem se interpenetrar em algumas situações. Na história do Brasil, por exemplo, vemos que na República Oligárquica a distribuição e a autonomia dos poderes – típicos em uma democracia – conviviam com artimanhas fraudulentas que preservavam os cargos políticos nas mãos de uma reduzida elite agroexportadora. Dessa forma, podemos notar a coexistência de elementos democráticos e oligárquicos em um mesmo regime.
Ao contrário do que muitos pensam, a ideia de democracia como o governo de uma maioria não nasceu na Grécia Antiga. Em Atenas, o direito ao voto era reservado a uma parcela de cidadãos que não correspondia à maioria dos moradores daquela antiga cidade. Por outro lado, também podemos hoje notar que muitas democracias são rodeadas por sérios problemas. Não raro, os representantes eleitos pelo povo, pela maioria, atuam politicamente em favor de uma abastada minoria.
Pontuando esses exemplos e análises, percebemos que democracia e oligarquia correspondem a um valor de oposição apenas no campo das teorias. Na prática, os cidadãos devem estar sempre alertas para que um governo de aparências democráticas não avilte o poder a ele concedido por ações escusas e que respondem ao anseio de um único grupo social. Afinal de contas, mais do que uma forma de governo, a democracia é uma experiência dinâmica e sempre inacabada.
Liberdade e Escravidão: dois lados da mesma moeda
Apresentamos, a seguir, um artigo sobre a liberdade religiosa e a liberdade de consciência, escrito pelo espanhol Rafael Navarro-Valls, catedrático da Faculdade de Direito da Universidade Complutense de Madri e secretário-geral da Real Academia de Jurisprudência e Legislação da Espanha.
***
A liberdade religiosa é a primeira das liberdades, mas liberdade de consciência é a estrela polar que orienta as democracias. Dois lados da mesma moeda.
Um único exemplo. Não muito tempo atrás, reuniram-se em Roma o primeiro líder político do mundo (Barack H. Obama) e a primeira autoridade moral da terra (Bento XVI). O encontro – em tempo útil – durou cerca de 20 minutos. Destes, oito foram dedicados à objeção de consciência, no contexto da liberdade religiosa.
É sintomático que, ao destacar uma questão que preocupe os dois núcleos mais intensos de poder da humanidade, seja justamente a da colisão entre a consciência e a lei, que evidencia cada vez mais os dramas sombrios gerados em algumas minorias por leis de direto ou indireto perfil ético.
Uma maneira de dizer o que não é a objeção de consciência seria uma espécie de “delírio religioso”, um subproduto jurídico que deveria ser relegado às catacumbas sociais. Pelo contrário, é uma especificação clara do direito fundamental à liberdade de religião e consciência.
Este é precisamente o que acaba de ser concluído em áreas muito diferentes de dois continentes. Por um lado, no contexto da objeção de consciência ao aborto, a Assembleia Parlamentar do Conselho da Europa (Resolução 1.763, de 2010), vigorosamente proclamou a obrigação de “assegurar o respeito pelo direito à liberdade de pensamento, de consciência e de religião dos provedores de assistência à saúde”.
Por outro, o Peru promulgou sua primeira lei sobre liberdade religiosa (dezembro de 2010), dedicando seu artigo 4 º à proteção da objeção de consciência, quando alguém é forçado a violar uma obrigação legal “por causa de um imperativo moral ou religioso grave ou ineludível”.
O motivo desta espécie de contra-ataque dos direitos humanos traz sua causa em duas razões. A primeira: ventos que sopram em alguns países do Oriente contra a liberdade religiosa.
A segunda: uma concepção de poder – especialmente na Europa, – que está convertendo a lei em um simples procedimento do governo para transmitir indicações ideológicas com precipitação e, por vezes, com vulgaridade.
Quando se pede à comunidade internacional, em nome do Papa, que intervenha “de maneira forte e clara” na proteção da liberdade religiosa, está em jogo é o primeiro lado da moeda, “atônitos diante da intolerância e da violência”. E quando se denuncia a incontinência normativa do poder, que pretende impor por via legislativa uma filosofia beligerante com as consciências, a moeda é visto do outro lado, aquele que legitimamente multiplica as objeções de consciência como reação.
Há algum tempo, na América, desatou-se a caça às bruxas. Um de seus objetivos eram os atores de Hollywood. Esta foi a sua reação: “Há muitas maneiras de perder a própria liberdade. Ela pode ser-nos arrancada por um ato tirânico, mas também pode nos escapar dia após dia, imperceptivelmente, enquanto estamos ocupados demais para prestar atenção, muito perplexos ou muito assustados”.
Eles estavam certos!
ESPARTA E ATENAS
Esparta e Atenas
Atena, deusa grega que deu nome à cidade.Esparta e Atenas, ao mesmo que foram as principais cidades gregas, formaram uma das maiores antíteses da Idade Antiga. As duas cidades eram totalmente diferentes: a maneira de fazer política, a importância da guerra, das artes, da cultura, a mentalidade, etc.
Esparta fora uma cidade fundada pelos dórios durante o século IX a.C, totalmente diferente de todas as cidades da época. Na verdade, Esparta parecia mais um acampamento militar do que uma cidade. Essa era a principal característica dos espartanos: o seu caráter essencialmente militar.
Para se ter uma idéia, os espartanos eram educados segundo uma rigorosa disciplina; o objetivo da educação espartana era transformar seus cidadãos em guerreiros fortes, obedientes e competentes. Foi através da guerra que Esparta conquistou diversas cidades; os povos conquistados eram chamados de hilotas. A sociedade era dividida em espartanos, descendentes dos dórios e únicos a ter direitos políticos; periecos, descendente dos aqueus que exerciam atividades ligadas ao comércio e artesanato; e os hilotas, escravos de guerra.
A começar pela sua fundação, Atenas já diferenciava de Esparta, tendo sido fundada pelos jônios. Os atenienses sobreviviam principalmente da agricultura; também desenvolviam a pesca e o comércio marítimo. A sociedade ateniense era dividida em eupátridas (grandes proprietários de terá), georgói (pequenos proprietários) e dimiurgos (artesões especializados), além de um pequeno número de escravos.
Diferentemente de Esparta, que focava na guerra, Atenas valorizava a educação de seu povo. Isso fez com que a cidade tenha se transformado no centro cultural e intelectual do Ocidente. É em Atenas que surge a filosofia e a democracia, ou seja, a cidade foi o berço do Mundo Ocidental.